A Descoberta da Energia Escura e Expansão do Universo


Por – Redação do Física Curiosa


A cosmologia é uma das áreas mais emocionantes da física, pois busca entender as origens, evolução e destino do universo. Uma das descobertas mais surpreendentes na história da cosmologia é a expansão do universo, que, por sua vez, levou à identificação da misteriosa e enigmática “energia escura.” Neste artigo, exploraremos a história da descoberta da expansão do universo, a teoria da energia escura e seu impacto na nossa compreensão do cosmos.

A Descoberta da Expansão do Universo

energia escura
Imagem ilustrativa do Cosmo

No início do século XX, a visão predominante na comunidade científica era de que o universo era estático e eterno. No entanto, essa ideia começou a ser questionada quando o astrônomo Edwin Hubble fez observações revolucionárias. Utilizando o telescópio Hooker, localizado no Monte Wilson, na Califórnia, Hubble estudou galáxias distantes e suas características espectrais.

Em 1929, Hubble apresentou uma descoberta que mudaria a cosmologia para sempre. Ele observou que as galáxias estavam se afastando umas das outras e que a velocidade de afastamento estava correlacionada com a distância das galáxias em relação à Terra. Esse fenômeno ficou conhecido como a Lei de Hubble, que estabelece que a velocidade de afastamento das galáxias é diretamente proporcional à distância.

A implicação mais significativa dessa descoberta foi a compreensão de que o universo não era estático, mas sim em constante expansão. Imagine que o universo atual seja retratado como uma pizza, e as galáxias sejam as fatias de pepperoni. Conforme a pizza (o universo) assa, as fatias de pepperoni (galáxias) se afastam umas das outras. Isso sugere que, em algum momento no passado distante, o universo inteiro estava concentrado em um único ponto, o que ficou conhecido como o Big Bang.


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A Teoria do Big Bang e a Inflação Cósmica

A descoberta da expansão do universo abriu as portas para a teoria do Big Bang. De acordo com essa teoria, o universo teve origem em um estado extremamente quente e denso, e desde então tem se expandido. O Big Bang ocorreu aproximadamente 13,8 bilhões de anos atrás.

Uma teoria relacionada à expansão do universo é a inflação cósmica. Proposta por Alan Guth na década de 1980, essa teoria sugere que o universo passou por uma fase de expansão exponencial extremamente rápida nos primeiros momentos após o Big Bang. A inflação cósmica ajuda a explicar algumas características do universo observado, como a uniformidade da radiação cósmica de fundo, que é a radiação deixada pelo Big Bang, e a distribuição de galáxias.

A expansão do universo e o Big Bang também fornecem evidências sólidas para a origem dos elementos químicos. Os primeiros elementos, como o hidrogênio e o hélio, surgiram nos primeiros minutos após o Big Bang, enquanto elementos mais pesados foram formados nas estrelas e durante explosões de supernovas.


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A Descoberta da Energia Escura

A expansão do universo e a teoria do Big Bang eram avanços incríveis na cosmologia, mas havia um enigma. De acordo com as leis da gravidade de Isaac Newton, a expansão do universo deveria estar desacelerando devido à atração gravitacional mútua das galáxias. No entanto, as observações indicaram o oposto: o universo estava se expandindo a uma taxa cada vez maior.

A explicação para esse fenômeno intrigante veio no final do século XX, quando os astrônomos descobriram a existência da energia escura. A energia escura é uma forma de energia que permeia todo o espaço e age como uma força repulsiva, contrariando a atração gravitacional. Essa energia escura é responsável pela expansão acelerada do universo.

A descoberta da energia escura ocorreu em grande parte devido a observações de supernovas tipo Ia, que são estrelas que explodem de maneira muito previsível e podem ser usadas como “velas padrão” para medir distâncias cósmicas. Em 1998, duas equipes independentes de astrônomos, a equipe High-Z Supernova Search e a equipe Supernova Cosmology Project, relataram resultados surpreendentes: as supernovas distantes estavam mais fracas do que o esperado, sugerindo uma expansão acelerada do universo.

Isso foi um grande choque para a comunidade científica e levou à ideia da energia escura como a explicação. A energia escura é um componente misterioso que compõe aproximadamente 68% da densidade de energia total do universo. A maior parte do restante é matéria escura, que não emite luz e só interage gravitacionalmente, e apenas cerca de 5% é composta de matéria bariônica, como átomos.

O Modelo Cosmológico Atual

Com a descoberta da energia escura, o Modelo Cosmológico Padrão, também conhecido como Modelo Lambda-CDM, emergiu como o quadro dominante para descrever o universo. Nesse modelo, “Lambda” (Λ) representa a energia escura, e “CDM” se refere à matéria escura (Cold Dark Matter). Este modelo descreve com precisão uma série de observações, incluindo a radiação cósmica de fundo, a distribuição de galáxias e a expansão acelerada do universo.

De acordo com o Modelo Lambda-CDM, a energia escura é uma força misteriosa que está empurrando o universo para se expandir cada vez mais rápido. Enquanto a matéria escura exerce uma atração gravitacional que desacelera a expansão, a energia escura contrabalança essa atração, levando a uma expansão acelerada. Esse modelo também prevê a distribuição de matéria no universo, incluindo estruturas em grande escala, como aglomerados de galáxias.


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